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Não ao Racismo!

  • Foto do escritor: Mário Alves.'.
    Mário Alves.'.
  • 16 de mar.
  • 2 min de leitura

O Brasil é aquele sujeito que adora dizer que "não é racista", mas tropeça no próprio preconceito todo santo dia. É uma coisa quase cômica – se não fosse trágica. Está lá, na Constituição de 1988, no artigo 5º, inciso XLII: o racismo é crime inafiançável e imprescritível. Mas, como bem sabe, a lei por aqui tem mania de ser cega, surda e – quando interessa – muda.


E o racismo? Ah, o racismo é uma “praga” invisível para quem não sente. Não grita, cochicha. Não aparece de peito aberto, mas se espalha em piadinha de salão, na suspeita automática diante de um jovem negro numa loja chique, no medo que brota quando uma mulher preta entra no elevador de um prédio de luxo. Porque, no fundo, a desigualdade tem sotaque. E no Brasil, o sotaque do racismo é o silêncio de quem finge que não vê.


E as leis? Ah, as leis... Coitadas. Se cumprissem metade do que prometem, a vida seria um paraíso tropical. Só que aqui, justiça é igual calça de político em campanha: aperta em uns, alarga em outros. A Lei nº 7.716, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, existe, é bonita no papel. Mas, na prática, fazer valer é um parto. Quantos racistas você viu presos por aí? Pois é.


O problema é que o Brasil gosta de se enganar. Inventa o mito da democracia racial, como se séculos de escravidão tivessem evaporado num passe de mágica com a Lei Áurea. Só que as correntes não sumiram, só ficaram invisíveis. Estão nos números: negros são mais de 56% da população, mas ocupam os piores empregos, as piores escolas e as maiores cadeias. Racismo estrutural, dizem os estudiosos.


Mas como mudar essa história que parece roda de ciranda – gira, gira, e fica no mesmo lugar? Primeiro, parar de fingir que não existe. Porque combater o racismo não é só questão de boa vontade, é compromisso de quem quer viver num país decente. Educação antirracista, por exemplo, não pode ser coisa de palestra bonita no mês de novembro. Tem que estar no currículo, na conversa de casa, na postura no trabalho. E a lei? Ah, meu amigo, a lei precisa deixar de ser só enfeite e virar hábito. Não basta existir, tem que funcionar – e funcionar para todos.


E nós? Nós temos que parar de engolir em seco e começar a falar. Porque, no Brasil, se o racismo cochicha, a coragem precisa gritar. Gritar por quem veio antes, por quem está aqui e por quem ainda vem. Porque país que se cala diante da injustiça não evolui – só empaca, feito jumento acuador no meio do caminho. E, convenhamos, já passou da hora de andar para frente.

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